O ceratocone é uma doença corneana progressiva, não inflamatória e bilateral que acomete geralmente pessoas a partir dos 13 anos e progride até aproximadamente a quarta década de vida. Essa doença é caracterizada por afinamento e diminuição da rigidez corneana que leva à sua distorção e abaulamento anterior em forma de cone, causando astigmatismo irregular e, na maioria das vezes, miopia.
Estima-se uma prevalência de uma em cada 1000 pessoas e em 6 a 8% dos casos existe algum familiar com a doença. Estudos recentes mostram que a maioria dos pacientes com ceratocone apresenta alergia ocular e o ato de coçar os olhos frequentemente está relacionado ao aparecimento ou piora da doença. O ceratocone é a principal causa de transplante de córnea no Brasil e no mundo, mas apenas aproximadamente 10% dos pacientes diagnosticados com esta doença irão necessitar de transplante.
O diagnóstico de ceratocone é feito pelo médico oftalmologista através do exame clínico e por exames complementares como topografia, paquimetria, tomografia da córnea, entre outros. O tratamento é feito inicialmente com óculos para corrigir a visão. Todavia, à medida que a doença evolui, a visão com óculos fica insatisfatória, neste caso, tenta-se a adaptação de lentes de contato (geralmente rígidas). Se houver intolerância às lentes de contato, pode ser realizada a cirurgia de implante de anéis intracorneanos que leva ao aplanamento da córnea. Nos casos mais avançados, realiza-se o transplante de córnea.
Recentemente, foi introduzida uma nova e promissora modalidade de tratamento do ceratocone, chamada Cross-linking de colágeno, cuja proposta é evitar que ocorra progressão da doença através da aplicação na córnea da luz ultravioleta UV-A junto com uma substância chamada riboflavina. Segundo a maioria dos trabalhos, esse procedimento leva à estabilização da doença em mais de 90% dos casos.
Atualmente, com novos tipos de lentes de contato desenvolvidas especialmente para pacientes com ceratocone e com as novas técnicas cirúrgicas disponíveis para o tratamento dessa doença, os pacientes podem ter uma vida normal e com uma boa qualidade de visão.
CRM-PB: CRM 6763
Especialidade: Oftalmologista